O romance se focaliza no mundo carioca a vida simples do subúrbio, o cotidiano familiar e político da zona rural e a atmosfera política que se vivia na época da República Velha. A obra que revela não só a ilusão de uma idealização criada pelos escritores românticos, mas também a dificuldade em articular um conceito de identidade nacional no país.
Publicado em 1915, a obra é um romance social, tem como núcleo principal um patriota puro e ardente, um tanto quanto ingênuo, um visionário, não porque seja louco ou porque seus objetivos aparentam ser absurdos, mas porque o são por não se adequarem e até contrariam aos interesses dos grupos que detêm o poder.
Policarpo quaresma era um homem extremamente nacionalista,um sonhador que defendia com unhas e dentes o que eu sua terra tinha de mais belo,ama sua pátria acima de si mesmo e por conta disto abriu mão para viver em prol do engrandecimento de sua nação.Dedicado ao serviço público, ironizado pelos que queriam levar ao ridículo aquele que trabalhava em silêncio para a grandeza e a emancipação da Pátria, o herói patriota leva a vida, metade na repartição (burocrática), sem ser compreendido, e a outra metade em também sem ser compreendido,pelos amigos e pela irmã.Era um exaltado patriota, e seu nacionalismo era tão extremado que em sua mesa, em sua biblioteca e em seu jardim havia lugar exclusivamente para comidas, livros e flores legitimamente nacionais.Eis que de repente surge sua obsessão,salvar a nação por meio de uma reforma nos costumes.
Primeiro, Quaresma por meio de uma carta tenta convencer a Câmara de Deputados solicitando a adoação do tupi como língua oficial do país no lugar da língua portuguesa (chegou ao extremo de produzir documentos oficiais em Tupi) e foi preso em um sanatório por isso. Ao sair do sanatório, o Major Quaresma desistiu da idéia de transformação dos costumes nacionais, passou a acreditar que a solução dos males brasileiros sucederia de uma reforma na agricultura, e querendo provar que as nossas terras são mais férteis do mundo, mas vencido pela má qualidade do solo, pelas saúvas e pela mesquinharia da política local. Resolve voltar ao Rio de Janeiro para salvar a pátria dos perigos da Revolta Armada que emergiria na capital federal. Alistando-se no exercito, a favor do Marechal Floriano, se empenha nas reformas políticas do "florianismo", onde se decepciona com a política. Entretanto, essa realidade era tão forte que o maior sonho de Quaresma se concretiza, a ordem republicana foi bem sucedida, indiscrinadamente, penitencia a todos que ousam discordar dela e de tão arbitrária alcançou Policarpo, que tanto a defendia, ao entrar em defesa de alguns prisioneiros, é preso e enviado para a Ilha das Cobras, onde teria o mesmo fim dos prisioneiros por cujos direitos protestava.
O protagonista da obra Triste fim de Policarpo Quaresma, acreditava em um país onde a identidade nacional é o meio de se chegar à sua própria identidade, a conseqüência de um povo sem identidade cultural poderia se catastrófica.Lima Barreto faz pequenas criticas a aspectos da sociedade no período da República Velha,a história se mostra tensa quando o autor faz uma análise no final do livro,quando são feitas severas criticas ao positivismo e ao então presidente Floriano Peixoto.O romance discute a questão nacionalista,mas também expõe uma lacuna existente entre os idealistas e pessoas que apenas se preocupam com seus interesses e sua vida habitual.A narrativa desconstrói o mito romântico de um Brasil superior,evidenciando a distância entre o real e o sonho de Policarpo,usando de críticas sobre o idealismo inconseqüente,incapaz de ver as verdadeiras dimensões do real.Abordando o tema do patriotismo brasileiro,a obra problematiza um dos conceitos mais inveterado do caráter nacional,expondo-o ao ridículo,numa impiedosa anatomia da alma coletiva.
Uma transformação e também algumas mudanças nas identidades pessoais, pode desviar do conceito que o sujeito tem de si próprio como individuo unificado. Com a perda de um sentido de si mesmo pode ocorrer uma descentralização do sujeito,segundo Hall,esse duplo deslocamento,descentração dos indivíduos tanto de seu lugar no mundo social e cultural quanto de si mesmos constitui uma "crise de identidade" para o sujeito,e consequentemente para a sociedade e para o país.
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